O Neuromarketing hoje é explorado por TODAS as grandes empresas em escala global, como a Coca-Cola, a maior empresa de refrigerantes do mundo, que consegue criar uma identificação incomum com a audiência, gerando sentimentos por meio de suas propagandas e campanhas publicitárias e, assim, tornando-se inesquecível para o mundo todo. Afinal, quem nunca tomou ou não conhece a marca do “Abra a felicidade!”?
Antes de qualquer coisa, precisamos entender o que é e para que serve o Neuromarketing. O Neuromarketing é, basicamente, uma ciência que estuda a mensuração de sinais fisiológicos para compreender motivações, preferências e decisões. Essa ciência pode nos informar e fornecer insights para campanhas publicitárias, desenvolvimento de produtos, precificação, branding e outras áreas.
Para começarmos a entender como funcionam os estímulos criados por meio das estratégias de Neuromarketing, precisamos entender a “base de ação” do ser humano. Precisamos entender como tomamos a decisão de compra de um produto, o motivo de sentirmos raiva quando chutamos uma pedra e machucamos nossos pés, etc. Cada sentimento, ação, pensamento e comportamento está diretamente ligado por um fluxo de ações gerados pelo cérebro em decorrência de estímulos sensoriais.
Cada crença gera um pensamento, cada pensamento gera um sentimento e cada sentimento gera uma ação.
Essa é a premissa básica que precisamos entender para começarmos a compreender o Neuromarketing. Partindo desse princípio, fica fácil entender por que sentimos vontade de tomar um refrigerante gelado num dia de sol, por que sentimos raiva e xingamos quando tropeçamos em um objeto inesperado, por que ficamos tristes com o término de um relacionamento e até mesmo por que não nos “desfazemos” de objetos que têm valor sentimental para nós.
Via de regra, possuímos três canais de captação de informação: canais auditivo, visual e sinestésico. O Neuromarketing, prioritariamente, utiliza esses três canais para gerar estímulos e estudar o comportamento das pessoas ao receber esses estímulos.
O canal visual, por exemplo, é o mais rápido, agressivo e violento que existe! Não é à toa que “a primeira impressão é a que fica!” Quando temos contato visual com marcas, objetos, pessoas e tudo mais, somos bombardeados por informações, mas só lembramos dos pontos mais marcantes.
Agora o questionamento: Como e porquê esses pontos nos marcam?
Precisamos entender que experiências marcantes geram memórias de longo prazo, e isso acontece porque nosso cérebro primário é responsável por absorver e alocar essas experiências marcantes. É no nosso cérebro primário que está localizado o sistema límbico, responsável pelas nossas emoções. Portanto, é aqui que devemos manter a nossa atenção nesse estudo, pois toda ação provém dos sentimentos e emoções. Um dado interessante para dar base científica ao nosso estudo é que 8% da população mundial sofre de transtorno de compra compulsiva, dado da Organização Mundial da Saúde (OMS) e mais de 70% das compras em shopping centers ocorrem devido à ansiedade.
Entendendo isso podemos perceber que cada estímulo visual baseado em cores fortes e bem colocadas, ligadas a uma identidade visual coerente e atrativa, nos gera milhares de informações no cérebro. Estas informações geram estímulos, como por exemplo a cor laranja que está presente na Amazon e na Fanta laranja, cor esta que representa alegria e confiança. Já a cor azul que está presente no Facebook, Skype, Walmart e Vimeo, representa segurança, força e comunicação. O estímulo visual gerado pelas marcas através das cores consegue nos transmitir exatamente como essas marcas são. Mesmo que você não conheça a histórias por trás da marca, o local da empresa ou a mão de obra desta, conseguimos criar em nossas cabeças um contexto único e uma opinião muito bem formada sobre como elas são. Tudo isso ocorre porque as campanhas, os criativos, as copys, os anúncios, TUDO ISSO, foi estrategicamente pensado, testado e mensurado para que pudesse gerar exatamente estes sentimentos, pensamentos e as possíveis ações de compra para cada produto.
Já no canal auditivo isso acontece de outra forma. Quem nunca ficou com um jingle na cabeça o dia inteiro? Música tem tom, melodia e ritmo, tudo isso gera experiências e estímulos marcantes e únicos que nos fazem LEMBRAR dela durante um longo período de tempo. Quantas músicas você já cantarolou e nem sabe a letra?
Com o canal sinestésico é a mesma coisa. O canal sinestésico abrange os campos olfativo, auditivo e do paladar.
O campo olfativo é o que costumo chamar de “campo de memórias afetivas”, pois, cada cheiro traz consigo uma lembrança de um local, uma pessoa, um objeto e até mesmo um momento marcante. Tudo isso ocorre porque o odor tem um papel fundamental na criação de memórias de longo prazo que ocorrem no sistema límbico.
Precisamos ficar atentos às camadas mais profundas do marketing. Não é só sobre produto, atendimento ou finanças. Existem diversas formas de você alavancar sua marca no mercado e, talvez você ainda não tenha se dado conta que uma dessas formas pode estar “de baixo do seu nariz”.